Crise Económica e o Ambiente

 

 Com a presente situação económica põe-se a questão de como a crise económica vai afectar o ambiente e como vai influenciar o maior problema ambiental actual “Aquecimento Global”?


 Para podermos responder a esta questão temos que analisar, em primeiro lugar, o estado do ambiente no período pré-crise económica. Nesse período ocorria um crescimento gradual da economia, que produzia como correspondência a um aumento na necessidade energética, especialmente de fontes de energia emissoras de gases de efeito de estufa (CO₂). Assim, o consumo mundial de energia estava associado a uma previsão de crescimento de 22% entre 2005 e 2015, sendo que 90% desse aumento seria proveniente de combustíveis fósseis( petróleo, gás natural e carvão). O resultado seria um aumento nas emissões de dióxido de carbono, o que teria efeitos no equilíbrio ambiental, resultando em secas persistentes, tempestades com maior energia e na subida do nível médio das águas.

   Verificou-se que a conjugação de dois factores: a subida do preço do petróleo e a crescente compreensão dos riscos que o aquecimento global acarreta para o planeta. Estes dois factores permitiram que houvesse um aumento, súbito e sem precedentes, no investimento de energias alternativas, sendo que vários governos gastaram grandes somas de dinheiro no desenvolvimento de combustíveis amigos do ambiente.

    Mas em 2008 verificou-se uma crise económica mundial que vai afectar esta imagem apresentada, tanto positivamente como negativamente.

  •    As boas notícias são que em tempos de dificuldades económicas as pessoas tendem a viajar menos, a consumir menos energia, baixando assim as expectativas de aumento de emissões de gases poluentes, uma vez que diminuem a procura de petróleo. Como o consumo de petróleo diminui, o preço do mesmo também deve diminuir, o que desencoraja a investimento em projectos dispendiosos e perigosos para o ambiente, pois deixam de ser rentáveis. Por outro lado, como se sabe a crise económica actual está relacionada com empréstimos imobiliários fornecidos a famílias para a compra de casas demasiado grandes e em subúrbios afastados, o que envolvia um consumo excessivo de energia e exigiam longas viagens. Contudo, actualmente muitas destas casas estão para venda e encontram-se desocupadas, não parecendo que devam ficar ocupadas em pouco tempo, pois as pessoas estão a permanecer onde estão actualmente, mais perto de transportes públicos, o que envolve uma diminuição de emissão de gases poluentes.
  •    As más notícias são que devido à crise, muitos investidores vão se conter de investir grandes somas de dinheiro em projectos inovadores de energia, devido à descida do preço do petróleo, que dificultam a justificação destes investimentos. Por outro lado, os governos também poderão ter maior dificuldade na criação de fundos para financiar projectos alternativos, colocando a resolução dos problemas económicos à frente dos problemas ambientais, um exemplo disso é o caso de países da União Europeia que pretendem diminuir os esforços para cortar com as emissões de gases de efeito de estufa, de modo a recuperar a economia local

      Neste momento, ainda não é claro se a crise irá proporcionar mais aspectos positivos ou negativos para o ambiente, em longo prazo, mas pensa-se que no curto prazo irá permitir a diminuição do crescimento de emissões de gases poluentes.