Água em Almada

 
   Almada apresenta especificidades geográficas e hidrogeológicas que contribuem para que a água seja um tema de importância fundamental para a vida do concelho, integrando desde há muito as políticas ambientais do Município.

Os recursos hídricos em Almada têm origem subterrânea, uma vez que o concelho está localizado sobre o grande aquífero existente na Península de Setúbal, que assegura as necessidades do concelho relativamente à água para consumo humano.

Os SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada) gerem a exploração das captações do Município e toda a rede de distribuição de água às populações, bem como o sistema de drenagem e tratamento das águas pluviais e residuais, intervindo assim em todas as fases do ciclo urbano da água.

As principais ameaças à qualidade da água provêm da contaminação dos solos, da ocorrência de intrusão salina, da sobre-exploração e de roturas nas redes de águas residuais domésticas e pluviais.

O território de Almada tem uma vasta frente ribeirinha, estendo-se a Poente ao longo da costa Atlântica e a Norte ao longo das vertentes que moldam a margem esquerda do rio Tejo, num total de 42 km de extensão. Estas zonas apresentam um importante interesse ecológico e turístico, pelo que a qualidade das águas balneares que as banham é fundamental para a sua preservação e desenvolvimento.


 SMAS – Almada

 

A Missão dos SMAS de Almada consiste em "Garantir com qualidade o serviço público de abastecimento de água, drenagem e tratamento de águas residuais no Concelho de Almada, contribuindo para a preservação ambiental e para a realização das políticas municipais. Cumprir, num quadro de sustentabilidade, as responsabilidades sociais com a comunidade, os utentes e os trabalhadores."

Tendo em vista a prossecução das suas linhas de orientação estratégica, os SMAS de Almada estão particularmente empenhados em:

  • Garantir o acesso a origens de água com qualidade e quantidade necessária à satisfação do abastecimento da população, no respeito pela protecção e preservação do aquífero subterrâneo da Península de Setúbal e da sustentabilidade da sua exploração.

  •   Alcançar a ligação de todos os pontos de consumo de água ao sistema de drenagem de águas residuais, garantir o seu tratamento e a sua descarga no ecossistema receptor em condições de sustentabilidade ambiental. Contribuir assim para a preservação da qualidade balnear da frente de praias da Costa Atlântica, da biodiversidade do Estuário do Tejo e das suas funções ecológicas, fundamentais para inúmeras espécies de peixes, bivalves e aves, e assim proteger a sua herança histórica, social e económica.
     
  • Alargar a capacidade de resposta do sistema de drenagem de águas pluviais minorando os riscos de cheia e alagamento, contribuindo assim para a protecção de pessoas e bens. 


     

    Através da certificação ambiental pelo Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS), os SMAS de Almada comprometem-se a reduzir os impactos ambientais associados às suas actividades, com o intuito de melhorar continuamente o seu desempenho ambiental e prosseguir com a qualificação da sua intervenção pública.

       A aplicação do sistema de gestão ambiental EMAS aos SMAS de Almada, permitirá criar e adoptar práticas que levem à eliminação de desperdícios, à rentabilização de recursos, o que globalmente se traduzirá numa redução efectiva da pressão ambiental exercida no desempenho das suas actividades.

      • Utilização da Água
      • Uso de Energia e Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEEs)
      • Gestão de resíduos
      • Aquisição de Bens e Serviços
      • Prevenção e Controlo da Poluição
      • Mobilidade e Transportes
      • Qualidade do ambiente natural e construído 

  Recursos Hídricos 

O concelho de Almada, existem várias linhas de água que modelam o território de Norte a Sul, sendo a sua ocorrência dependente das características geológicas e morfológicas, do declive, do escoamento e da capacidade de infiltração das litologias atravessadas.

  

Embora o escoamento superficial não seja muito abundante e se registe uma forte variação ao longo do ano, existem algumas linhas de água na região, principalmente ribeiras e valas individualizadas em pequenas bacias hidrográficas, cujo caudal de escoamento superficial é, em grande parte, alimentado pelas águas subterrâneas. 


   Os principais recursos hídricos de Almada são subterrâneos, variando as suas características de acordo com a aptidão aquífera das formações geológicas, uma vez que a infiltração da água depende, fundamentalmente, da natureza do solo, das litologias e da existência de mais ou menos descontinuidades nas rochas. Estas descontinuidades (por exemplo: estratificação das camadas sedimentares, diáclases e fracturas dos materiais geológicos) funcionam como condutas e/ou como reservatórios para a água infiltrada.

 

Quando se infiltra em profundidade, a água é armazenada nas formações geológicas que formam reservatórios naturais, como é o caso dos aquíferos. Qualquer unidade geológica que capta, retém e cede água em quantidades economicamente aproveitáveis é considerada um aquífero. Os aquíferos podem ser livres, caso exista uma camada impermeável na sua base e uma zona superior permeável saturada em água. Existem ainda aquíferos que são considerados confinados, quando existem formações impermeáveis no topo e na base. Podem também ocorrer aquíferos semi-confinados, em que uma das formações do topo e/ou da base permite a transferência de água para outro aquífero.

 


Almada localiza-se no aquífero da Bacia do Tejo e Sado, vulgarmente denominado “Aquífero Mio-Pliocénico do Tejo”, que é composto pelos seguintes dois sistemas de aquíferos principais:

  • O sistema aquífero livre, designado por “Aquifero Plio a pós-Pliocénico”, que é formado essencialmente por depósitos arenosos;
  • O sistema aquífero Miocénico é um aquífero confinado a semi-confinado, composto por formações geológicas de natureza arenosa, calcária e argilosa.

 

O sistema aquífero Miocénico situa-se na parte Norte do concelho, onde afloram os depósitos de idade miocénica, e caracteriza-se por exibir fraca aptidão aquífera.

O “Aquifero Plio a pós-Pliocénico situa-se no interior do concelho, fazendo parte do aquífero mais importante da margem sul do Tejo. Apresentam elevada espessura, extensão e produtividade, assegurando as necessidades de todos os municípios da Península de Setúbal.

 Estes dois sistemas estão cobertos por depósitos sedimentares que datam do Holocénico, cujas características detríticas potenciam e favorecem a infiltração em profundidade.
        

       Em relação aos recursos superficiais do Concelho de Almada, o maior escoamento superficial verifica-se na zona Norte do Município, onde as linhas de água apresentam maior concentração e maiores dimensões, particularmente nas arribas da Frente Ribeirinha Norte. De igual forma, os vales também se apresentam mais encaixados, uma vez que o terreno é mais acidentado e as características geológicas não potenciam a infiltração. Por outro lado, na zona Sul do Concelho os leitos das linhas de água deixam de ter expressão morfológica significativa, uma vez que os declives se vão tornando cada vez mais suaves e o terreno mais aplanado. 

          As linhas de água mais importantes do território de Almada são:

  • A Norte - a Vala do Caramujo, a Vala do Guarda-Mor, a Vala da Regateira, a Vala da Caneira, a Vala da Sobreda e a Vala da Enxurrada;
  • A Sul - a Ribeira da Foz do Rego e a Vala da Charneca.

 

Pese embora alguns episódios de inundações esporádicas, sempre coincidentes com fortes precipitações, o fraco escoamento superficial registado revela a reduzida expressividade dos recursos hídricos superficiais no concelho.

 

 Ciclo Urbano da Água 

O Ciclo Urbano da Água é o percurso que a água para consumo humano realiza desde que é captada, até ao momento em que retorna ao seu reservatório natural. Este percurso é composto por diversas etapas, sendo o seu objectivo principal assegurar o abastecimento público de água, em quantidade e qualidade, e a restituição da água à natureza, sem causar dano ao meio ambiente.

      As principais etapas que marcam o percurso deste ciclo são:

·       A captação da água em profundidade (no caso dos aquíferos). 

·       A adução e tratamento, isto é, o transporte da água até reservatórios ou locais de tratamento, onde adquire características adequadas ao consumo humano;

·       O armazenamento, através da recolha em depósitos que permitam garantir uma resposta constante e de qualidade às solicitações;

·       A distribuição, recorrendo a sistemas de condutas e estações elevatórias que transportam a água até aos locais onde é necessária para abastecer as populações;

·       A drenagem das águas residuais, através da recolha da água após a sua utilização e o seu encaminhamento para as ETAR, onde será submetida a diversos tratamentos físicos, químicos e biológicos de forma a que o efluente final não contamine o meio ambiente.

   No Concelho de Almada, o ciclo urbano da água cumpre-se na totalidade, sendo cada uma destas etapas da responsabilidade dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada), que asseguram a qualidade dos processos, procedimentos e produtos de forma a garantir o fornecimento, recolha e tratamento da água que abastece a população.


 Águas Balneares 

    O litoral Atlântico do Concelho de Almada está incluído no arco Caparica - Espichel, que se estende desde a foz do rio Tejo até ao Cabo Espichel. Esta faixa litoral constitui o limite Poente do concelho, onde milhões de turistas usufruem da qualidade da zona balnear costeira, que se estende da Cova do Vapor à Fonte da Telha.

Estes 13 km estão divididos em 23 praias, onde a qualidade das águas balneares é controlada periodicamente de acordo com a legislação em vigor.

A monitorização da qualidade das águas de superfície que constituem locais de banhos, também designadas por águas balneares, está regulamentada e a vigilância da qualidade da água nas zonas balneares incide sobre um conjunto de parâmetros: coliformes (totais e fecais),  Escherichia coli,  Enterococos intestinais, compostos fenólicos, substâncias tensioactivas, óleos e gorduras, turvação e pH.

     A avaliação da água das praias do concelho de Almada tem sido efectuada periodicamente desde 1992, sendo atribuída classificação global “BOA” até à data. Esta classificação tem contribuído ao longo dos anos para a atribuição do galardão " Bandeira Azul" às praias do Município.